Casa da Orca – Dólmen de Cunha Baixa



Há cerca de 6000 anos deambulavam e viviam nestas áreas pequenas comunidades que se abrigavam em estruturas feitas à base de materiais vegetais e em abrigos naturais. Dedicavam-se à pastorícia, caça, pesca, recolha de alimentos disponíveis na natureza e ainda a uma agricultura rudimentar.

Os seus utensílios eram de madeira (arco e flechas), osso e pedra (mós manuárias para obtenção de farinha, machados, enxós, micrólitos, para a construção de facas, pontas de seta) e recipientes em cerâmica, bem como objetos de adorno (contas de colar).

A crença na vida para além da morte motivou a construção de grandes sepulturas em pedra que ao carácter funerário aliava o religioso. Nestes sepulcros megalíticos – os dólmens ou antas - eram depostos os corpos, ou os restos das ossadas, de um reduzido número de pessoas, certamente as elites de chefia dessas comunidades.

O Dólmen de Cunha Baixa foi construído no III milénio a. C. e, encostado ao Rio Castelo, marca vincadamente a planície e a paisagem envolvente. Integraria a malha megalítica da região: Orca dos Padrões, Orca dos Braçais, Orca de Alcafache, Anta da Senhora do Castelo, Orca dos Amiais, Orca da Carvalhinha, Orca da Fonte do Alcaide e Orca dos Palheiros.

O monumento tem câmara coberta por uma grande laje, à qual se acede por corredor longo, também coberto por lajes dispostas na horizontal. A entrada era fechada por uma pedra que funcionava como porta, arredada aquando de novas deposições. Na laje de cabeceira da câmara existiram pinturas a vermelho, bem como gravuras em alguns esteios do corredor.

O dólmen era coberto por um enorme monte de terra e pedras (mamoa), entretanto destruído por ação do homem e/ou da erosão.

Restaurada em 1987, o espólio exumado nas várias acções de estudo encontra-se repartido pelo Museu Nacional de Arqueologia e Museu Municipal de Arganil. O Dólmen de Cunha Baixa é Monumento Nacional desde 16 de junho de 1910.


Coordenadas Geográficas
40º 34’12.42’’N
7º 46’15.60’’W