Orca dos Padrões



Há cerca de 6000 anos deambulavam e viviam nestas áreas pequenas comunidades que se abrigavam em estruturas feitas à base de materiais vegetais e em abrigos naturais. Dedicavam-se à pastorícia, caça, pesca, recolha de alimentos disponíveis na natureza e ainda a uma agricultura rudimentar.

Os seus utensílios eram de madeira (arco e flechas), osso e pedra (mós manuárias para obtenção de farinha, machados, enxós, micrólitos, para a construção de facas, pontas de seta) e recipientes em cerâmica, bem como objectos de adorno (contas de colar).

A crença na vida para além da morte motivou a construção de grandes sepulturas em pedra que ao carácter funerário aliava o religioso. Nestes sepulcros megalíticos – os Dólmens ou Antas - eram depostos os corpos, ou os restos das ossadas, de um reduzido número de pessoas, certamente as elites de chefia dessas comunidades.

O dólmen da Orca dos Padrões, construído na transição do IV para o III milénio a. C., no topo de uma colina, domina, a toda a sua volta, uma vasta paisagem. Integraria a malha megalítica que se conhece da época: Casa da Orca, Orca dos Braçais, Orca de Alcafache, Anta da Senhora do Castelo, Orca dos Amiais, Orca da Carvalhinha, Orca da Fonte do Alcaide e Orca dos Palheiros.

O dólmen já só apresenta alguns esteios que delimitam o corredor e a câmara e já não têm cobertura. Ainda se vislumbra, suavizado, o tumuls que cobria por completo o sepulcro; teria cerca de 20 m de diâmetro.

A intervenção de restauro e conservação, de finais de 1990, permitiu a salvaguarda deste importante exemplar. O espólio exumado aponta para uma ocupação neolítica, mas com reutilizações durante o Calcolítico Final e Bronze Inicial.


Coordenadas geográficas
40º 33’14.69’’N
7º 46’10.27’’W